domingo, 16 de julho de 2017

Mês 7

   Como posso me sentir presa em um lugar que inspira tanta liberdade?
   As saias rodando, os pés na grama molhada e as pedras reluzindo o Sol, estavam encantadores, porém eu não estava lá. Era o mês 7 e ainda estava no ano passado, naquele último dia, naquelas últimas horas. Era como reviver aquele tempo mas sem você, como se eu estivesse naquele mesmo momento, entendendo como seria se tu nunca houvesse estado lá, como as risadas seriam mais tranquilas e o cabelo amassado um problema a menos. 
  Mesmo longe te carreguei comigo, te levei através dos meses e dos quilômetros, as luzes rodando e a mente sendo enganada com a sensação do chão não estar mais no chão, era um looping de cores que talvez quisesse combinar com o looping mental no qual me encontrava. Só uma sensação nostálgica, de longe tão pesada que parecia me puxar para baixo.
  Talvez a proximidade me faça delirar novamente, ficar apreensiva por coisas que não irão e nem virão. A propósito, o que menos vêm são as palavras, não por escolha mas comodidade, só pra te ter por perto guardo 1001 declarações de amor pra mim, inúmeros textos apaixonados. Mas a distância me faz guardar tanto quanto, só com o agravante da saudade. 
  Me sinto perdida sem entender onde quero chegar, sem saber se algum destino sanaria meu desassossego, me perco quando não sinto vontade de viajar pelas curvas do teu corpo, quando não tenho vontade de viver o que sinto, quando não sei onde tudo começa ou termina, nem mesmo se vai e quando vai.

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