segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Novamente

  Ela chegou, tocou a campainha e quando abri a porta já foi entrando. Estava primorosa, com o cabelo solto, seus óculos que caíam muito bem naquele rosto quadrado. Ela tem um nariz pequeno e arrebitado, que casa perfeitamente com seu sorriso largo, estava de moletom cinza e uma calça preta, não era uma roupa muito diferente da que habitualmente a vejo usar, mas tudo bem, estava admirável como sempre.
  Parecia desconfortável, com poucas palavras, talvez estivesse sem jeito por ser a primeira vez que ficávamos sozinhas. Perguntei se queria algo para beber, um suco ou chá, mas não quis, parecia que realmente a única coisa que a agrada é vinho. Por sorte, eu tinha uma garrafa que trouxe da casa de meu pai ha algumas semanas e ofereci. Como imaginava, ela aceitou.
  Abrimos o vinho e seguimos pro meu quarto. Sentei na cama encostada na cabeceira, mesmo com aquela garrafa nas mãos, ela ainda parecia sem jeito, ainda estava muito quieta, mal olhava pra mim.
  Tentei descontrair puxando alguns assuntos e convidei-a para sentar-se. Sentou-se aos pés da cama. Aos poucos a vi se soltar, começamos a conversar e beber, então pedi para que viesse mais para perto e sem apresentar a vergonha do início, tirou os tênis, as meias e chegou mais próximo a mim.
  A garota ria e me contava suas histórias, falou um pouco sobre sua vida, era bom sentir que confiava o suficiente para saber que poderia compartilhar aquilo comigo.
  Depois de alguns momentos, se calou, parecia cansada, perguntei se queria deitar-se, hesitante, para minha surpresa ela quis, cruzei minhas pernas em borboleta, então deitou repousando a cabeça em mim. 
  Tímida me pus a acariciar seus belos cabelos castanhos, pedi para que fechasse os olhos e ela fechou, tirei seus óculos, coloquei na cadeira ao lado da cama, voltei-me para ela novamente.
  Continuava com os olhos fechados, aquele rosto simétrico parecia estar sorrindo. Sem querer sorri ao admira-la, nesse momento a vi abrir os olhos e se levantar rapidamente. Me assustei, mas a única coisa que fez foi tirar o moletom, que me deu para colocar em cima da cadeira também e foi o que fiz.
  Feito isso se deitou outra vez em minhas pernas. Voltei a admirar sua beleza, como aquela menina é linda, com sua pele branca, seu corpo magro e aquele jeito único.
  Não sei ao certo quanto tempo passou, só sei que fiquei ali por um bom período, apenas a olhando, acariciando, ouvindo a música suave que estava tocando.
  No final da tarde ela foi embora, depois de tantas conversas e daquele momento, a deixei novamente ir sem dizer o que sinto...

Nenhum comentário:

Postar um comentário