Esse cheiro em mim, me faz sentir suja mais que cada trago. O prazer seguido da ânsia, as dobras do corpo em repouso me fazem pesar, mesmo quando dizem que sou o contrário do que vejo, mesmo quando os panos caem de mim.
Infelicidade comigo, com o mundo, de nunca parecer suficiente, menos parecendo mais, mais idas ao fim do corredor, mais culpa, mais medo do que vem depois.
Mesmo quando as curvas se tornam retas, o reflexo se torna sombra do que fui, do que gostaria de ser e nunca consigo, porque a gula vem antes do espelho e a expressão cansada é tudo que ele tem pra mim. A caricatura de quem já possui costume e sabe que sempre será igual, as contrações programadas e o gosto nojento na boca.
Os olhos marejam e deveria ter acabado ali mas não acabou, nunca acaba, um dia após o outro, de novo e de novo, provocando a garganta, induzindo-se a busca por algo que nunca chega.
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